sábado, 21 de fevereiro de 2015

Momento de Reflexão





“Você não se afoga por cair na água, 
você se afoga por ficar lá...” 
Edwin Louis Cole

Onde está a Solução?






A supervalorização dos desafios transforma o homem em escravo dos paradigmas; dessa forma, tendemos a engrandecer nossos montinhos de areia transformando-os em verdadeiros Everest particulares e impondo uma barreira lúdica. O viés humano de focalizar no problema ao invés de focalizar na solução cria dois tipos de personagem:  o prisioneiro em uma parede de vidro e o visionário.

Certa vez estudando a biografia de Alexandre – O grande, percebi que tal grandeza se originava de uma técnica de reformular o problema simplificando-os e, por conseguinte, tomando medidas mais coerentes para sua resolução. Desta feita, como gestor comecei a aplicar tal conhecimento e percebi que o menos relevante era realmente conhecer de forma profunda a atividade problemática, enquanto o verdadeiro pulo do gato era entender de lógica e de filosofia. Avaliei os novos gestores que estreavam no mercado, fossem oriundos do bacharelado ou dos tecnológicos, e percebi que apresentavam fraqueza de conceitos que envolviam essas duas áreas. Comecei a questionar as Instituições de Ensino Superior e percebi algo alarmante:  que não só os alunos tinham tais problemas, os professores também e, dessa forma indaguei como é possível repassar algo que não se sabe.

Em episódio dos muitos em que Alexandre reformulou seus problemas, ele precisa invadir a ilha de Tiros (Tyres) e os pontos fortes de seu exército eram a cavalaria e a infantaria. Dessa forma, os 700 metros de água que separavam a cidade do continente e um muro de 9 metros que circundava todo perímetro se tornavam um problema. Alexandre poderia desistir de Tiros e continuar sua epopeia rumo ao oriente, entretanto no final dela ele teria conquistado o mundo, exceto Tiros. Outra possibilidade era a de aguardar a aprovação de recursos financeiros, a construção de barcos, o treinamento de soldados para atuar no mar e, mesmo assim, a construção de barcos, o treinamento de soldados para atuar no mar e, mesmo assim, correria o risco de fracassar na missão; afinal estava remanejando especialistas para outras áreas da organização nas quais não possuíam conhecimento.

O problema para muitos seria como chegar até a ilha; todavia a verdadeira fonte de dificuldades não era essa e sim como atacar um alvo no mar. Simples!
Transforme o mar em terra. Alexandre redefiniu seu problema baseado nas suas forças e fraquezas, bem como nas oportunidades e ameaças, criando o que defino como o preceito do SWOT. Criou um aterro para ligar continente à ilha e utilizou o que tinha de melhor para devastar com a ilha de Tiros.

Lidamos com problemas como Tamagushis:  os aceitamos, os acolhemos, os protegemos, os alimentamos e assim o ciclo de Cleópatra se cumpre. É nossa tendência de valorizar problemas para que tal fermento os torne tão fortes que possamos utilizá-los como muletas para nossos fracassos pessoais e profissionais. E sempre a culpa é alheia, afinal a autoflagelação é dolorosa e o autoconhecimento também. Seres humanos apresentam outro comportamento que é o de valorizar as barreiras vencidas para se promover seus atos. Fenômenos que resolvi caracterizar como propaganda enganosa para convencimento próprio, e fortificamos um falso paradigma reproduzindo-o para os que nos sucedem.

Questionando a um dos maiores atletas do mundo como ele fazia para romper suas metas e assim quebrar recordes, algo em que era especialista, percebi semelhanças entre aquele saltador e Alexandre – O grande, posto que ambos reinventaram seus problemas buscando uma solução mais simples, focando-se nos resultados e não problemas. O desportista treinava sem o sarrafo (bastão colocado como barreira no salto com vara), simplesmente buscando alcançar seu melhor desempenho, sendo avaliado pelos seus técnicos e informado sobre como aprimorar os movimentos. No dia da competição, o atleta desenvolvia sua melhor performance e por, consequência apenas, alcançava os louros da vitória.

Há muitos anos em um mosteiro zen budista, com a morte do guardião, foi preciso encontrar um substituto. O grande Mestre convocou, então, todos os discípulos para descobrir quem seria a nova sentinela. O Mestre, provido de muita sabedoria, falou:  “Assumirá o posto o monge que conseguir resolver primeiro o problema que eu vou apresentar.”  Então ele postou no centro da enorme sala em que estavam reunidos todos os monges um vaso de porcelana muito raro, com uma rosa branca de extraordinária beleza. E disse apenas:  “Aqui está o problema!”. Todos ficaram olhando a cena:  o vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro! O que representaria? O que fazer? Qual o enigma? Nesse instante, um dos discípulos sacou a espada, olhou o Mestre, os companheiros, dirigiu-se ao centro da sala e Zapt!... destruiu tudo, com um só golpe. Tão logo o discípulo retornou ao seu lugar, o Mestre disse:  “Você é o novo guardião.”

Não importa o tamanho e a beleza do problema; se for um problema, precisa ser eliminado.
Fica a dica...