sexta-feira, 30 de março de 2012

Momento de Reflexão




“Não menospreze as idéias dos outros, 
a não ser que tenha uma melhor.”
Richard A. Moran

Ursos, Onças e Morangos




Em seu livro “O Sucesso é ser Feliz”, o Dr. Roberto Shinyashiki conta uma estória interessante.

Um sujeito tropeçou e estava caindo em um barranco quando desesperadamente se agarrou as raízes de uma árvore próxima.

Em cima do barranco havia um urso imenso faminto e disposto a saciar sua fome, e viu naquele homem desesperado uma ótima oportunidade.

O urso rosnava, mostrava os dentes, babava de ansiedade pelo prato que tinha a sua frente. Desesperado o homem olhou para baixo procurando encontrar alguma possibilidade de se safar do urso faminto e para sua desagradável surpresa lá estavam seis grandes onças famintas prontas para engoli-lo quando caísse.

Ele erguia a cabeça, olhava para cima e via o urso rosnando, abaixava depressa a cabeça para não perde-la na boca daquela fera faminta e se deparava com seis onças torcendo para que ele caísse.

Quando o urso dava uma folga, ouvia o urro das onças, próximas de seu pé. As onças embaixo querendo comê-lo, e o urso em cima querendo devorá-lo.

Que situação!

Em determinado momento, ele olhou para o lado esquerdo e viu um morango vermelho, lindo, com aquelas escamas douradas refletindo o sol. Por um momento não se conteve e num esforço supremo, apoiou seu corpo, sustentado apenas pela mão direita, e, com a esquerda, pegou o morango. Quando pode olhá-lo melhor, ficou inebriado com sua beleza.

Então, levou o morango à boca e se deliciou com o sabor doce e suculento. Foi um prazer supremo comer aquele morango tão gostoso.

Talvez você se pergunte:  - Mas, e o urso?

A resposta será:  - Dane-se o urso e coma os morangos!

- E as onças?

- Azar das onças coma os morangos!


Estamos vivenciando uma violenta crise  econômica que está afetando nosso cotidiano tanto pessoal quanto profissional.

Como diz o meu velho pai, é nos momentos de crise que as oportunidades aparecem. Crise é também sinônimo de ousadia e visão de futuro. Em momento de crise a maioria das empresas, na ânsia de reduzir custos demite executivos ou profissionais qualificados, reduzem as verbas de comunicação, cancelam programas de treinamento e, o que é ainda pior, perde o foco de planejamento estratégico do negócio, sem antes avaliar as verdadeiras consequências. Não estou afirmando que é errado tomar este tipo de decisão, o que estou dizendo é que é recomendável avaliar e analisar os fatos e não partir para o simples e tradicional corte de gastos.

A tradicional prática vamos nos segurar até passar e ficar ali olhando para o urso lá em cima e atento as onças lá embaixo sem tentar colher o morango, deve ser substituída pela postura inovadora de como crescer na crise uma vez que não dá para confiar que aquela raiz salvadora irá resistir por muito tempo. Não existe receita, mas, antes de tudo é preciso concentrar suas forças em seu negócio, em suma é preciso ter foco no seu negócio, não investir naquilo que não entende.

Foco no negócio significa ter foco no cliente, mas, em tempos de crise não é suficiente, logo, é preciso ter foco no foco do cliente. Para melhor explicar o que significa foco no foco do cliente nada melhor do que um exemplo prático.

Há alguns dias eu entrei em uma agência bancária e me deparei com o gerente colocando uma placa com uma informação curiosa:

- O máximo de tempo na fila é de cinco minutos.

Depois de questioná-lo ele olhou para mim com ar de triunfo e disse:

- Pois é, estamos melhorando a cada dia.


Este exemplo é típico de um gestor que não tem foco no foco do cliente. O que o cliente deseja é que não tenha fila, não está interessado em estatística burra que não atende suas expectativas, aquele gerente deveria estar preocupado em acabar com a fila que é realmente o verdadeiro foco do cliente e não diminuir o tempo de estada na fila.

É imprescindível também valorizar e preservar seu capital intelectual, motivando-os através de uma administração transparente, caso contrário a empresa pode não só perder seus low performers como seus top performers e caso isso aconteça só restará esperar o galho quebrar e a empresa ficar a mercê das onças famintas.

Neste momento o melhor é comer morango, pois, assim você ficará forte para se segurar e não demorará muito o urso vai se cansar de esperar e as onças irão embora e você sairá ainda mais forte para continuar seu caminho.

Sempre existirão ursos, onças e morangos a decisão é sua...

terça-feira, 27 de março de 2012

Momento de Reflexão




“O segredo da saúde da mente e do corpo está em não lamentar o passado, 
em não se afligir com o futuro e em não antecipar preocupações; 
mas está no viver sabiamente e seriamente o presente momento.”
Sakyamuni

Modelo de negócio e estratégia, você tem?



Existem 3 coisas que uma empresa tem de entender muito bem se quiser competir com vantagem sobre seus concorrentes:

1.       1. Seu modelo de negócio
2.       2. A estratégia de negócio para desenvolver esse modelo
3.       3. A execução da estratégia para colocá-la em prática

A primeira parte, o modelo de negócio, é o quê fazemos e porquê. A segunda, a estratégia, é como, quando, onde, por quem, e para quem vai ser feito fazemos. A terceira, a execução, é realmente fazer aquilo que foi decidido.

Vamos começar com o modelo de negócio. O termo tornou-se popular com o estouro da internet nos anos 90. Naquela época, milhares de empresas puramente virtuais estavam sendo desenvolvidas. Quem tinha uma boa idéia não precisava nem ter uma competência especial, nem clientes reais – tudo o que precisava era um modelo de negócios que prometesse lucros em um determinado período de tempo.

Abertas na esperança do dinheiro fácil, a grande maioria dessas empresas sucumbiu alguns anos depois, fruto da falta de profissionalismo e de conhecimentos básicos sobre gestão. Mas o termo e o conceito de modelo de negócio ficou, sendo estudado hoje nas faculdades de administração do mundo todo.

Um bom modelo de negócio responde a algumas perguntas de Peter Drucker:  Quem é o cliente? E o que é valor para o cliente?. Também responde perguntas fundamentais que qualquer gestor deve se perguntar:  Como nós fazemos dinheiro nesse negócio? E como nós podemos oferecer valor para o cliente com um preço apropriado?. Em síntese, é um método científico:  Você começa com uma hipótese, testa na realidade e revisa se necessário.

É importante ressaltarmos que modelo de negócio não é a mesma coisa que estratégia de negócio e muita gente confunde seus conceitos. Modelo de negócio mostra o sistema da empresa:  como as peças do quebra cabeças se unem. Mas eles geralmente não avaliam questões macro-ambientais, como a concorrência. Mais cedo ou mais tarde, e é geralmente mais cedo, todos os negócios enfrentam a concorrência e lidar com essa realidade é função da estratégia.

A estratégia de negócio leva em conta toda a cadeia de valor da empresa, começando com as compras que a empresa faz, como ela agrega valor aos insumos que recebe e depois como vende o que produz para os clientes. Cada departamento da empresa é analisado dentro da cadeia de valor, para que fique claro como é que agregam valor ao processo.

A tarefa de desenvolver uma estratégia de negócio é muito importante para os resultados que ele poderá gerar, pois no processo de sua criação você já pode começar a identificar possíveis falhas, ou oportunidades desperdiçadas dentro da empresa ou do departamento.

Ao finalizá-lo, você será capaz de ter uma visão geral da empresa, como tudo funciona, os pontos de ligação, as pessoas por trás das atividades, a estratégia de negócio, a avaliação dos resultados obtidos.

O modelo e a estratégia de negócio, quando desenvolvidos e usados corretamente, força os gestores a pensar rigorosamente sobre seus negócios.

Por exemplo, compare varejistas como Casas Bahia, Lojas Cem e Magazine Luiza. Seus modelos de negócio são idênticos, mas as estratégias bem diferenciadas. Basta analisar seu mix de produtos, posicionamento, onde estão investindo, porcentagem do faturamento que investem em propaganda, treinamento da equipe etc. Competem no mesmo ramo, mas de forma diferente.

A lógica é simples:  se todas as empresas oferecerem o mesmo produto ou serviço, para os mesmos cliente, de uma maneira igual, nenhuma delas irá prosperar. E é aqui que muita gente erra. Acabam tendo um modelo de negócios igual ao do concorrente sem criar uma estratégia de negócio diferente em termos de que mercado e clientes atingir, que produtos/serviços oferecer, que tipo de valor criar e como cobrar adequadamente por isso. Estratégia é exatamente isso:  quando outras empresas fazem a mesma coisa que você, como você será melhor e será único?

Mais um exemplo:  analise o Wal-Mart. Muita gente pensa que o sucesso da rede é resultado de um modelo de negócio inovador, mas não é. Quando Sam Walton abriu a primeira loja do Wal-Mart, no estado de Arkansas (EUA), o modelo de negócio de lojas de desconto já existia há alguns anos.

Mas o Wal-Mart queria oferecer preços mais baixos do que as lojas convencionais, cortando ao máximo seus custos. E aqui começou a estratégia de negócio:  as lojas foram criadas em galpões mais simples; foram configuradas para receber um número alto de compradores eficientemente; e colocaram poucas pessoas intermediando o cliente e os produtos da loja, num esquema cada um se serve. Com essas reduções, o Wal-Mart foi capaz de oferecer preços mais baixos e ainda ganhar dinheiro.

Veja que o modelo de negócio já existia, mas foi implementado de uma maneira diferente, criando um diferencial através da estratégia, que era única. Desde o começo, o Wal-Mart focou suas vendas para um público diferente:  enquanto as lojas convencionais estavam posicionadas em grandes centros urbanos, o Wal-Mart se posicionou em regiões bem menores, onde a população tinha um alto poder de compra, unidos a necessidade e desejo, mas estava sendo ignorada.

Note o alinhamento:  o modelo era o de loja de desconto, a estratégia era de crescer em regiões menores, sem concorrentes e a execução foi magistral, com crescimento permanente ganhos de escala, repasse dos descontos dos fornecedores para os clientes, mantendo os preços baixos, e investimentos maciços em logística e tecnologia da informação, eliminando qualquer desperdício que pudesse comprometer a estratégia escolhida.
 
Hoje, modelo de negócio e estratégia de negócio são dois dos termos mais usados em gestão. E por um motivo:  estes conceitos tem um enorme valor prático. Muitos gestores não os aplicam por falta de conhecimento teórico. Definição traz claridade. Quando se trata de conceitos que são tão fundamentais para o sucesso de uma empresa, nenhum gestor pode ficar sem estudá-los.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Momento de Reflexão



"O futuro não nos traz nem nos dá nada. 
Nós é que, para construí-lo, devemos dar-lhe tudo.” 
Simone Weil

Assédio Moral no Trabalho





Assédio é o termo utilizado para designar toda conduta que cause constrangimento psicológico ou físico à pessoa. O assédio moral (mobbing, bullying, harcèlement moral ou, ainda, manipulação perversa, terrorismo psicológico) caracteriza-se por ser uma conduta abusiva, de natureza psicológica, que atenta contra a dignidade psíquica, de forma repetitiva e prolongada, e que expõe o trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras, capazes de causar ofensa à personalidade, à dignidade ou à integridade psíquica, e que tenha por efeito excluir a posição do empregado no emprego ou deteriorar o ambiente de trabalho, durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. A caracterização do assédio moral é subjetiva.

Enfatiza-se que o assédio moral é caracterizado por uma conduta abusiva, seja do empregador que se utiliza de sua superioridade hierárquica para constranger seus subalternos, ou seja dos empregados entre si com a finalidade de excluir alguém indesejado do grupo, o que pode se dar, aliás muito comumente, por motivos de competição ou de discriminação pura e simples. Ao primeiro fenômeno se dá o nome de assédio vertical, bossing ou mesmo mobbing descendente, como prefere denominar o Dr. Heinz Leymann, psicólogo e cientista médico alemão que, na década de 80, começou a estudar o fenômeno do assédio moral a partir de experiências verificadas por outros estudiosos em grupos de crianças em idade escolar que tinham comportamentos hostis, cujas manifestações começaram a ser percebidas, vinte anos depois, no ambiente de trabalho.

Assim, o que se verifica no assédio vertical é a utilização do poder de chefia para fins de verdadeiro abuso de direito do poder diretivo e disciplinar, bem como para esquivar-se de conseqüências trabalhistas. Tal é o exemplo do empregador que, para não ter que arcar com as despesas de uma dispensa imotivada de um funcionário, tenta convencê-lo a demitir-se ou cria situações constrangedoras, como retirar sua autonomia no departamento, transferir todas suas atividades a outras pessoas, isolá-lo do ambiente, para que o empregado sinta-se de algum modo culpado pela situação, pedindo sua demissão. Já o fenômeno percebido entre os próprios colegas de trabalho que, motivados pela inveja do trabalho muito apreciado do outro colega, o qual pode vir a receber uma promoção, ou ainda pela mera discriminação motivada por fatores raciais, políticos, religiosos, etc., submetem o sujeito "incômodo" a situações de humilhação perante comentários ofensivos, boatos sobre sua vida pessoal, acusações que podem denegrir sua imagem perante a empresa, sabotando seus planos de trabalho, é o denominado assédio horizontal.

Ainda são enumerados como espécie de assédio moral o mobbing combinado e o mobbing ascendente, conforme classificação do Dr. Leymann. Aquele se daria com a união, tanto do chefe, quanto dos colegas no objetivo de excluir um funcionário, enquanto o último seria o assédio praticado por um subalterno que se julga merecedor do cargo do chefe, bem como por um grupo de funcionários que quer sabotar o novo chefe, pois não o julgam tão tolerante quanto o antigo ou tão capacitado para tal cargo.

Na formulação atual, o assédio moral é concebido como uma forma de "terror psicológico" praticado pela empresa ou pelos colegas, que também é definido como "qualquer conduta imprópria que se manifeste especialmente através de comportamentos, palavras, atos, gestos, escritos capazes de causar ofensa à personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa, de colocar seu emprego em perigo ou de degradar o clima de trabalho", ou mesmo como "prática persistente de danos, ofensas, intimidações ou insultos, abusos de poder ou sanções disciplinares injustas que induz naquele a quem se destina sentimentos de raiva, ameaça, humilhação, vulnerabilidade que minam a confiança em si mesmo". De tais conceitos, podemos depreender que o elemento comum, além da finalidade de exclusão, é a modalidade da conduta, a qual sempre se verifica agressiva e vexatória, capaz de constranger a vítima, trazendo nela sentimentos de humilhação, inferiorização, afetando essencialmente a sua auto-estima.

A principal implicação do terrorismo psicológico é a afetação da saúde mental e física da vítima, mais comumente acometida de doenças como depressão e stress, chegando, por vezes, ao suicídio. Um dos elementos essenciais para a caracterização do assédio moral no ambiente de trabalho é a reiteração da conduta ofensiva ou humilhante, uma vez que, sendo este fenômeno de natureza psicológica, não há de ser um ato esporádico capaz de trazer lesões psíquicas à vítima.

Como bem esclarece o acórdão proferido no TRT da 17ª Região, "a humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do assediado de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental, que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho." Assim, o arco temporal deve ser suficientemente longo para que cause um impacto real e de verdadeira perseguição pelo assediador.

Atualmente, não se fala em um tempo determinado em dias, ou meses, porém foi constatado que o assédio moral, em regra, se configura no prazo de 1 a 3 anos, o que, porém, não deve servir de parâmetro, vez que o assédio pode ser verificado em tempo mais exíguo, dependendo do tempo que o dano levar para se instalar. O assédio moral é uma das formas de se configurar o dano aos direitos personalíssimos do indivíduo. Assim, um ato violador de qualquer desses direitos poderá configurar, dependendo das circunstâncias, o assédio moral, o assédio sexual ou a lesão ao direito de personalidade propriamente dita. A diferença entre eles é o modo como se verifica a lesão, bem como a gravidade do dano.

Dessa forma, teríamos o assédio moral como uma situação de violação mais grave que a "mera" lesão do direito de personalidade, eis que acarreta um dano à saúde psicológica da pessoa, à sua higidez mental, o que deve ser mais severamente repreendido pelo ordenamento. Tal repreensão se revela, principalmente, no tocante à valoração da indenização advinda do assédio moral, que deve ser analisada de modo diverso daqueles critérios comumente utilizados para as demais formas de pleito do dano moral. Nota-se que não é dado ao assediado a devida atenção valorativa na reparação do dano sofrido, pois, como forma mais grave de violação da personalidade e da saúde mental do trabalhador, mereceria indenização superior.

Estudos feitos por médicos e psicólogos do trabalho mostram que o processo que desencadeia o assédio moral pode levar à total alienação do indivíduo do mundo social que o cerca, julgando-se inútil e sem forças e levando, muitas vezes, ao suicídio. Levando isso em conta, a não configuração do assédio moral pela ausência do dano psíquico não exime o agressor da devida punição, pois a conduta será considerada como lesão à personalidade do indivíduo, ensejando o dever de indenizar o dano moral daí advindo.

Destarte, a pessoa que resiste à doença psicológica, seja por ter boa estrutura emocional, seja por ter tido o cuidado de procurar ajuda profissional de psicólogos ou psiquiatras, não será prejudicada, pois sempre restará a reparação pelo dano moral sofrido, ainda que o mesmo não resulte do assédio moral. Assim, reiteramos nosso entendimento no sentido de que nem todo dano à personalidade configura o assédio moral, como se percebe na maioria dos estudos jurídicos atuais e, principalmente, nas decisões da Justiça do Trabalho. O que se observa é a banalização do instituto, que é quase confundido com o dano moral, ou seja, basta o empregador insultar o empregado uma vez diante dos colegas para que o Poder Judiciário condene a empresa por assédio moral.

O que se pretende é justamente delinear os limites em que o assédio moral se dá para que não haja generalização do instituto, fugindo da natureza que o criou, que é a preocupação com as doenças psicológicas nascidas nas relações de trabalho. Nessa esteira, entendo que a configuração do assédio moral depende de prévia constatação da existência do dano, no caso, a doença psíquico-emocional. Para tanto, necessária a perícia feita por psiquiatra ou outro especialista da área para que, por meio de um laudo técnico, informe o magistrado, que não poderia chegar a tal conclusão sem uma opinião profissional, sobre a existência desse dano, inclusive fazendo a aferição do nexo causal.

Ressalto que a prova técnica para a constatação do dano deve ser produzida por perito da área médica, sem o que não há como se falar em assédio moral, eis ausente seu pressuposto essencial: o dano psicológico ou psíquico-emocional. Para concluir esse ponto, reitero que: 

a) a existência do dano psíquico, emocional ou psicológico é requisito para configuração do assédio moral; 

b) é necessária a prova técnica do dano, que se daria por meio de laudo médico afirmando existir a doença advinda do trabalho; 

c) a vítima da conduta assediadora que não sofrer esse tipo específico de dano não ficará desprotegida, pois ainda poderá pleitear danos morais pela ofensa aos seus direitos de personalidade.