O que determina o sucesso ou fracasso de um projeto?
E de uma empresa?
É válido admitir a existência de influências externas, como
as crises em âmbito econômico, as turbulências políticas, a entrada de um novo
player no mercado ou a inflação. Porém, é preciso se lembrar da variável mais
importante e também da mais esquecida: o
Ser Humano.
As pessoas podem levar uma organização ao sucesso, mas
também têm o poder de levá-la ao fracasso. O Ser Humano possui a incrível
habilidade de derrubar uma ideia, por mais maravilhosa que esta seja. Isso sem
falar da capacidade de fazer algo parecer o que não é e de cometer erros por
livre e espontânea vontade.
Nunca subestime a criatividade das pessoas para boicotar
métodos e processos, principalmente dos brasileiros, que são muito habilidosos
em dar um jeitinho em tudo.
OS ERROS MAIS COMUNS
Um dos equívocos mais comuns, que pode levar à perda de
clientes, à ruina de um projeto ou à estagnação da empresa, é o boicote de
gestores de todos os níveis a funcionários considerados talentosos. Por
insegurança e medo de perder seu posto, é comum gestores não conseguirem fazer
o próprio trabalho e entregar resultados que surpreendam diretoria e
stakeholders (públicos da empresa).
Isso acontece porque o profissional fica o tempo todo
preocupado em controlar, centralizar, ohar tudo, saber de tudo. Hoje, as
pessoas deixam a ética de lado em nome da sobrevivência. No lugar de delegar e
treinar, o gestor inseguro se perde em detalhes, porque sua prioridade não é o
sucesso da empresa, mas, sim, controlar tudo, mesmo quando ele sabe que, na
equipe, há pessoas capacitadas e competentes. Tudo tem de passar pela mão dele.
O resultado é que ninguém cresce.
SUBORDINAÇÃO JÁ SAIU DE MODA
A hierarquização – termo em voga no momento, hoje já
relacionado a empresas ultrapassadas – também prejudica quando o assunto é
comunicação. Criou-se uma crença no Brasil de que informação é poder. Há
gestores que fazem questão de não explicar o todo aos membros da equipe. Sua
tática é fragmentar informações, de maneira que ninguém enxergue o todo ou
conheça os objetivos maiores da empresa. Mas os questionadores, que querem
entender, acabam não se engajando.
Para evitar esse tipo de boicote à empresa, muitas organizações
de grande porte adotam recursos como jornais informativos internos e intranet.
A MANIA DE COPIAR E COLAR (CTRL C + CTRL V)
Outra forma de que o ser humano encontrou de boicotar
projetos diz respeito ao ato de copiar e colar. Mediante a pressão pela
rapidez, muitos profissionais, na hora de arquitetar uma apresentação ou de
elaborar um projeto, buscam o que querem na internet e, sem muito pensar,
colam.
As pessoas copiam formulários inteiros da internet, mudando
apenas o logo da empresa. Mas esse ato implica riscos. Às vezes, as pessoas
perdem a noção. Por exemplo, há quem trabalhe em empresas nacionais e copie
projetos de multinacionais. Mas são organizações com perfis diferentes.
Geralmente, multinacionais são mais burocráticas, formais e apresentam maior
meritocracia. E o que funcionou para determinada empresa, em determinado contexto,
pode não funcionar em outro lugar.
O ideal é adaptar as informações à realidade de cada
empresa, de cada situação. Não dá para copiar o trabalho motivacional de alguma
das companhias classificadas entre as melhores para se trabalhar, pura e
simplesmente. Já no caso de uma apresentação ou treinamento, no lugar de copiar
e colar informações ou apresentações inteiras, estude o tema, conheça-o. Não
fique limitado ao que encontrou. Até porque as pessoas farão perguntas.
PESSOAS QUE NÃO PENSAM FORA DA CAIXA
Crenças fortes podem ser limitantes. Isso porque a sociedade
muda em uma velocidade impar, assim como as demandas dos clientes e a
concorrência. Pensar de uma mesma forma, durante anos a fio, pode levar uma
empresa à falência. É preciso acompanhar as mudanças. Por exemplo, há gestores
que acreditam que só há um modo de trabalhar e, por isso, relutam em alterar
processos, produtos ou serviços.
São pessoas que não leem jornal e não analisam o que os
concorrentes estão fazendo. Como resultado, nunca vão além. Esses profissionais
não notam sua dificuldade em pensar fora da caixa e, de forma inconsciente,
boicotam a empresa. As pessoas precisam rever suas crenças, estudar e analisar
o modo como pensam o tempo todo.