segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

As Desigualdades do Mercado





Embora a pobreza tenha diminuido, a desigualdade social em alguns países, tais como Inglaterra, Alemanha, França, Estados Unidos, e até mesmo o Brasil vem aumentando nas últimas décadas. E o mercado de trabalho tem sua parcela de responsabilidade nesse quadro. 

O que precisamos discutir é como fazer com que as riquezas geradas pelo livre mercado sejam mais bem distribuidas na sociedade. Segue abaixo, algumas sugestões para o mercado brasileiro:

INOVAÇÃO COMO FERRAMENTA DE DISTRIBUIÇÃO DAS RIQUEZAS
Uma forma de aumentar a renda do trabalhador é investir em inovação. No Brasil, devemos priorizar as indústrias de maior valor agregado. Na mineração, por exemplo, apenas retiramos o minério da terra, colocamos no navio e exportamos. O reflexo disso está na balança comercial brasileira:  em 2013, 46,6% de nossas exportações foram commodities, ante 34,4% de produtos manufaturados, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A inovação geraria empregos com salários maiores.

MEDIDAS PARA REDUZIR A DISCREPÂNCIA DOS SALÁRIOS
Em países mais ricos, como o Japão, a diferença entre o salário de um executivo e o de um operário é menor do que no Brasil. Além disso, aqui há uma discrepância entre os rendimentos de homens e mulheres, mesmo quando desempenham a mesma função. Segundo o IBGE, em 2012 o salário deles era, em média 25,3% maior do que o delas. As empresas poderiam ajudar a melhorar esse quadro revisando suas políticas de remuneração e de incentivo à diversidade. Assim, seria possível atacar, ao mesmo tempo, o problema da pobreza.

CUSTOS TRABALHISTAS MENORES E PAGAMENTOS MELHORES
Alguém que trabalha com carteira assinada no Brasil representa quase o dobro do que recebe para quem contrata. Para os especialistas, as leis trabalhistas precisam ser revistas. Mennos impostos poderiam significar salários melhores para os empregados. Quando se fala em discutir a legislação trabalhista, há uma tentativa de opor trabalhadores de um lado e elite de outro. Isso impede que se celebre um acordo que seja justo para ambas as partes.

RELAÇÃO ENTRE PRODUTIVIDADE E AUMENTO DA REMUNERAÇÃO
Quando os salários crescem sem um aumento proporcional de produtividade, apenas acentuam as diferenças sociais. Isso tem acontecido no Brasil em anos recentes. No longo prazo, corre-se o risco de a conta não fechar e de a baixa produtividade afetar a geração e a manutenção dos empregos. Isso poderia comprometer a distribuição de renda que vem acontecendo no Brasil desde a implantação do Plano Real. Fatores como má qualidade da educação e falta de investimento em infraestrutura impedem o aumento da produtividade. Mas práticas gerenciais também dificultam esse avanço. Um exemplo é o excesso de centralização nas empresas brasileiras. Quando se centraliza muito, não é possível remunerar por desempenho, porque as pessoas não tem espaço para tomar decisões.

ESTÍMULO À MERITOCRACIA
A meritocracia é a melhor face do capitalismo. Ela permite recompensar o esforço individual e favorece que pessoas vençam e formem patrimônio graças ao trabalho. A legislação trabalhista brasileira é um obstáculo à meritocracia. A lei atual já prevê a participação nos lucros, mas poderia ser mais explícita quanto à possibilidade de remuneração por desempenho, deixando as empresas menos vulneráveis à oposição dos sindicatos. O protecionismo exagerado ao trabalhador acaba sendo um estímulo à baixa produtividade.

Fica a dica...