segunda-feira, 25 de maio de 2015
A Evolução Profissional
As organizações contemporâneas no dia a dia lutam, muitas
vezes, de forma dramática, pela sobrevivência.
Os estudos (cases) pinçam alguns momentos, decisões e ações,
manifestações de liderança, pois é relativamente fácil escolher referências
arbitrárias e com este foco desenvolver uma análise interpretativa.
Constituem atrativa literatura calcada no passado e, como
sabemos, a história não se repete. A realidade é mais complexa, mais sutil em
seus encadeamentos, na tessitura de suas redes.
Em um aspecto todos concordam: a primazia do fator humano.
Como trabalhar com ativo intangível?
Como agregar valor a este capital intangível em suas
múltiplas facetas – capital humano, capital social, capital intelectual?
Como desenvolver de forma consistente – sólida no
conhecimento e estável na performance – os profissionais?
Ao longo de uma trajetória em organizações, o profissional,
em média, ocupa seis cargos. Isto significa um cargo a cada cinco anos. Em cada
cargo o profissional passa pela angústia do novo, pelo ensaio de adaptar-se às
funções, por adquirir confiança no desempenho, na modelagem às suas
características pessoais. E nem todos continuam na organização.
Durante este percurso o conhecimento, ancorado em
tecnologias de produtos, serviços e gestão, muda porém os valores básicos
permanecem. E é com valores que se constrói a cultura de excelência,
independente de porte, local ou recursos. A permanência dos indivíduos com alta
potencialidade e alta performance, quer para carreira técnica ou gerencial, é
um dos desafios na gestão de pessoas.
A trajetória do profissional pode ser sinalizada pelas
etapas de estagiário, trainee, júnior, semi-sênior e sênior. Esta trajetória
profissional, visto pelo ângulo da empresa, ocorre em simultaneidade ao
amadurecimento pessoal, quando outras atenções disputam canalização de energia –
formação da família, ampliação dos laços sociais e culturais, constituição de
patrimônio, cuidados com a saúde, atualização profissional, enfim as várias
inserções da realização pessoal, no mais lato sentido.
Como resposta de adequação ao percurso do profissional, além
das práticas tradicionais outras práticas foram sendo incorporadas como
Counseling, Coaching e Mentoring. Mas será que o espaço organizacional com sua
agenda, seus símbolos, seus critérios de alocação de recursos e de competição
por cargos representa um locus com a isenção requerida, quando tal é necessário?
O novo profissional será avaliado não apenas como técnico
mas também como pessoa – seus valores, atitudes e comportamentos são muito
importantes. Sua formação, independente do rigor, não inclui disciplinas como
práticas de trabalho em equipe de alto rendimento, administração de conflitos,
construção a partir de divergências, respeito aos limites dos outros.
Seu desenvolvimento sempre teve por base seu ângulo de visão
do mundo e das pessoas, jamais sendo colocado em cheque sua própria forma de
ser e a consciência desta forma. Seus processos de interação tiveram como
pressuposto a unilateralidade, as relações assimétricas. Paralelamente, outros
papéis vão se constituindo e trazendo desafios de integração para uma pessoa em
fase mais intensa de inserção social. Estas trocas entre organização,
sociedade, família e consigo mesmo demamdam harmonia para que a evolução
pessoal seja saudável.
Esta soma de vivências, conhecimentos, valores, expectativas
são o alicerce em constante transformação do profissional rumo ao executivo de
elevada performance. Mas ficam algumas perguntas:
Qual a razão de as organizações não investirem no momento em
que o indivíduo tem mais plasticidade, mais condição de absorção, menos
interferências de outras aprendizagens?
Se as organizações esportivas, as organizações científicas,
alguns movimentos sociais já perceberam a vantagem de investir desde cedo em
talentos, e de forma mais ampla, qual a razão de empresas não procederam de
igual modo?
Será o Darwinismo, com a sobrevivência dos mais aptos, a
melhor resposta?
Tanto a percepção organizacional quanto a percepção
individual reconhecem que um consórcio de destinos, baseados em expectativas e
realizações tendo como pano de fundo cenários turbulentos, perdem espaços para
o amadurecimento e reflexões e que a diferenciação física é fundamental. Cabe
então às partes procurar ambiente de confiança para construir o passo seguinte.
Fica a dica...
domingo, 3 de maio de 2015
Invulnerabilidade: este é o seu "Calcanhar de Aquiles"?
Hoje, vivemos um momento em que os limites entre os setores
estão cada vez mais indefinidos. Essa obscuridade, além de dificultar os passos
das empresas em relação a suas áreas de atuação, permite aos que estão de fora
e antenados com o que há de novo nos setores de tecnologia e estratégias de
mercado a criação de novos produtos e serviços que atingirão um público-alvo
cada vez mais interessado em praticidade e transparência. É preciso se
perguntar:
Será que o que eu estou fazendo hoje permitirá que me atualize
no futuro?
Esse raciocínio
requer drásticas mudanças no comportamento geral das empresas, o que, muitas
vezes, é difícil de se conseguir. Comumente, no universo administrativo, é mais
difícil (e incômodo) esquecer os métodos antigos do que criar novos.
Se analisarmos o cado da Polaroid, podemos ver que a
sensação de invulnerabilidade é o Calcanhar de Aquiles de muitos
empreendimentos. A empresa foi líder em seu setor: o doutor Edwin Herbert Land inventou a
fotografia de revelação instantânea nos anos 40 e a Polaroid gozou dos
benefícios da patente internacional durante muito tempo.
Quando a Kodak lançou uma câmera de revelação instantânea, a
Polaroid a processou e ganhou a causa. A Kodak teve de retirar a máquina do
mercado e pagar uma indenização de US$ 1 Bilhão. O mesmo número pelo qual, anos
mais tarde, a Polaroid declararia a falência.
A empresa não soube se adaptar às mudanças, pensou ser
invulnerável, e foi de fato, durante 40 anos, sob o amparo das patentes. Mas o
mercado mudou com o surgimento da tecnologia digital.
No começo, a Polaroid não entrou neste segmento, e quando
finalmente produziu câmeras digitais, elas eram muito caras e difíceis de
manipular, ou seja, nada competitivas. A lenta agonia terminou com a falência e
o desaparecimento da empresa.
As mudanças, hoje, ocorrem de modo muito mais rápido do que
alguns anos atrás. Esse ritmo pode ser útil para países em desenvolvimento como
o Brasil, uma vez que eles podem saltar algumas etapas, ou seja, as economias
em desenvolvimento tem a opção de escolher os métodos já criados pelos países
desenvolvidos. Isso lhe permitiria uma maior agilidade no processo de
atualização.
Contudo, isso não os impede de lançar e exportar, com
sucesso, seus próprios projetos. As melhores estratégias a serem adotadas para
uma empresa se tornar líder em seu setor são:
Trazer o futuro para o presente, e não extrapolar o passado –
Você pode fazer isso adotando ferramentas tecnológicas, como softwares de CRM
(Customer Relationship Management) para fazer a migração dos antigos sistemas
ligados e fechados para a nova teia de informações.
Descentralizar as informações – Compartilhar informações não
significa simplesmente que a companhia irá oferecer todos os seus dados a
parceiros, clientes e, talvez, até mesmo para seus concorrentes. É preciso
encarar essas ações como a obtenção de um acesso privilegiado a milhares de
informações outrora inatingíveis.
Encarar os novos parceiros de negócios e clientes como uma
comunidade – Os clientes devem ser tratados não apenas como compradores de
produtos, mas também como indivíduos pertencentes a uma comunidade que possui
referências sociais e que compartilha gostos e opiniões; dessa forma, podem ser
extraordinários agentes de pesquisa, dando o feedback necessário para que as
empresas aprimorem seus padrões e produtos.
Assinar:
Postagens (Atom)