Hoje, vivemos um momento em que os limites entre os setores
estão cada vez mais indefinidos. Essa obscuridade, além de dificultar os passos
das empresas em relação a suas áreas de atuação, permite aos que estão de fora
e antenados com o que há de novo nos setores de tecnologia e estratégias de
mercado a criação de novos produtos e serviços que atingirão um público-alvo
cada vez mais interessado em praticidade e transparência. É preciso se
perguntar:
Será que o que eu estou fazendo hoje permitirá que me atualize
no futuro?
Esse raciocínio
requer drásticas mudanças no comportamento geral das empresas, o que, muitas
vezes, é difícil de se conseguir. Comumente, no universo administrativo, é mais
difícil (e incômodo) esquecer os métodos antigos do que criar novos.
Se analisarmos o cado da Polaroid, podemos ver que a
sensação de invulnerabilidade é o Calcanhar de Aquiles de muitos
empreendimentos. A empresa foi líder em seu setor: o doutor Edwin Herbert Land inventou a
fotografia de revelação instantânea nos anos 40 e a Polaroid gozou dos
benefícios da patente internacional durante muito tempo.
Quando a Kodak lançou uma câmera de revelação instantânea, a
Polaroid a processou e ganhou a causa. A Kodak teve de retirar a máquina do
mercado e pagar uma indenização de US$ 1 Bilhão. O mesmo número pelo qual, anos
mais tarde, a Polaroid declararia a falência.
A empresa não soube se adaptar às mudanças, pensou ser
invulnerável, e foi de fato, durante 40 anos, sob o amparo das patentes. Mas o
mercado mudou com o surgimento da tecnologia digital.
No começo, a Polaroid não entrou neste segmento, e quando
finalmente produziu câmeras digitais, elas eram muito caras e difíceis de
manipular, ou seja, nada competitivas. A lenta agonia terminou com a falência e
o desaparecimento da empresa.
As mudanças, hoje, ocorrem de modo muito mais rápido do que
alguns anos atrás. Esse ritmo pode ser útil para países em desenvolvimento como
o Brasil, uma vez que eles podem saltar algumas etapas, ou seja, as economias
em desenvolvimento tem a opção de escolher os métodos já criados pelos países
desenvolvidos. Isso lhe permitiria uma maior agilidade no processo de
atualização.
Contudo, isso não os impede de lançar e exportar, com
sucesso, seus próprios projetos. As melhores estratégias a serem adotadas para
uma empresa se tornar líder em seu setor são:
Trazer o futuro para o presente, e não extrapolar o passado –
Você pode fazer isso adotando ferramentas tecnológicas, como softwares de CRM
(Customer Relationship Management) para fazer a migração dos antigos sistemas
ligados e fechados para a nova teia de informações.
Descentralizar as informações – Compartilhar informações não
significa simplesmente que a companhia irá oferecer todos os seus dados a
parceiros, clientes e, talvez, até mesmo para seus concorrentes. É preciso
encarar essas ações como a obtenção de um acesso privilegiado a milhares de
informações outrora inatingíveis.
Encarar os novos parceiros de negócios e clientes como uma
comunidade – Os clientes devem ser tratados não apenas como compradores de
produtos, mas também como indivíduos pertencentes a uma comunidade que possui
referências sociais e que compartilha gostos e opiniões; dessa forma, podem ser
extraordinários agentes de pesquisa, dando o feedback necessário para que as
empresas aprimorem seus padrões e produtos.