A poeira nem baixou em relação aos recentes acontecimentos
que abalaram os alicerces da economia mundial e já é possível fazer uma
previsão do que vai acontecer no futuro – a humanidade nunca mais será a mesma!
E a sua vida profissional também não!
Mas o que aconteceu nos últimos anos foi assim tão
importante a ponto de provocar mudanças tão radicais no comportamento dos
povos?
Com certeza, após o ano de 2008, este ficará assinalado na
história como o ano da consciência social, protagonista de uma profunda análise
sobre o papel dos governos no controle dos interesses e do bem-estar das
nações.
Por algum tempo a globalização, que se apresentava como o
processo de aprofundamento da integração econômica social, cultural e política
das nações, estará na berlinda, já que se mostrou, por si só, ineficaz para
combater o que seria o seu principal objetivo – a redução da pobreza e o equilíbrio
das desigualdades sociais. Mas, como sempre existe outro lado na medalha, a
globalização escancarou a máscara que ninguém gostaria de ter conhecido. Se não
foi totalmente eficaz para construir a felicidade dos povos, foi suficiente
para colocar em cheque a competência de gestores e suas instituições, até então
tidas como exemplares.
Se consideramos a crise financeira internacional como um
terremoto de abrangência global, vamos encontrar o epicentro no coração do
império capitalista – Nova Iorque.
Foi lá que a bolha estourou!
Desde algum tempo que alguns países, e de forma muito
especial os Estados Unidos, estavam sentados em um barril de pólvora, em função
das hipotecas de risco. Os bancos emprestaram mais do que podiam para pessoas
que receberam mais do que deviam.
Banqueiros de um lado e proprietários do outro tinham um
único objetivo – ganhar muito dinheiro!
É exatamente isso que eu alerto nos meus cursos e
consultorias sobre negociação. Quando dois negociadores se enfrentam um
pensando engolir o outro, a tática “Ganha/Perde” (para eu ganhar o outro
precisa perder) pode tender para o “Perde/Perde” (os dois acabam perdendo).
Mas o meu objetivo neste artigo não é fazer uma análise das
causas da crise econômica internacional. Isso tem sido o tema principal dos
artigos e comentários dos mais renomados economistas do cenário mundial.
O meu objetivo é analisar de que forma você e eu seremos
afetados na principal atividade das nossas funções – a negociação.
Mas, para isso, é necessário fazermos um resumo das
consequências dessa crise.
Vamos ver?
FALTA DE CONFIANÇA, Durante algum tempo os governantes não
confiarão nas decisões dos outros. Como gato escaldado tem medo até de água
fria, cada governo ficará de sobreaviso sobre tudo o que os outros fizerem.
Essa neurose de confiabilidade não afetará apenas os governantes dos países,
mas os gestores de empresas que pensarão duas vezes antes de fechar um negócio.
A globalização será colocada em cheque e algumas medidas deverão ser adotadas
para que se torne menos uma vantagem para poucos e mais uma oportunidade para
todos.
INVESTIMENTOS MAIS COMEDIDOS, Governos e empresas segurarão,
por tempo indeterminado – esperamos que não seja longo a ponto de provocar recessão
econômica e produtiva – seus investimentos até que a poeira baixe e seja
possível ter uma visão mais clara do futuro. O mesmo deverá acontecer com as
pessoas físicas que pensarão duas vezes quando seus governantes disserem – “O
pior já passou. Podem voltar às compras!. Os gastos especialmente com
supérfluos deverão decrescer.
DINHEIRO MAIS VALORIZADO, Quem tem dinheiro vai procurar
valorizá-lo o máximo que puder. Acabou o tempo em que se ganhavam verdadeiras
fortunas do dia para a noite. Antes pelo contrário – agora se perdem fortunas
enquanto se dorme.
VALORIZAÇÃO DO CONHECIMENTO E DA EXPERIÊNCIA, Os autores
clássicos da Sociologia costumam dizer que sem conhecimento teórico
dificilmente se entende os fatos correntes. Essa tese também é endossada por
economistas que se questionam sobre qual teoria melhor explicaria a atual
crise. As possibilidades encontradas foram várias, mas uma delas parece ser o “xis”
da questão – a falta de experiência em como estabilizar mercados financeiros.
PROFUNDO GOLPE NO “EGO” DOS SABIDOS, A insegurança nas
decisões deverá aumentar. As pessoas que se achavam donos da verdade e
profundos conhecedores de tudo precisarão rever seus conceitos. Foi pelo
excesso de confiança de alguns poderosos que acreditavam conhecer tudo e ter
poder suficiente para manipular a economia mundial a seu bel prazer que o mundo
está passando por tal insegurança.
Você deve estar querendo saber como tudo isso vai refletir na
sua vida profissional, não quer?
Eu acredito que as consequências das realidades acima
mencionadas poderão ser resumidas da seguinte forma:
"A partir de agora tudo será negociado com mais profundidade
e empenho. Vendedores, até então considerados competentes, poderão ser vistos
como incompetentes face à nova realidade da economia.
Não são apenas os governos e as empresas que precisam fazer
uma pausa para reflexão.
Você também precisa!
É agora, ou nunca mais!
Você, como uma peça da engrenagem empresarial precisa
acompanhar as mudanças, ou será uma peça inútil e rapidamente descartada."
“Weiji” devem estar pensando os chineses. Sabe o que
significa?
Onde existem riscos podem existir oportunidades. Isso é agir
de forma proativa! Enquanto alguns se lastimam com os efeitos da crise, outros
procuram novas oportunidades que elas sempre trazem.
Quem é capaz de enxerga-las sempre se sai melhor.
Fica a dica...