Ninguém gosta de pensar que vai ser substituído. Por este
motivo, dentre outros, um executivo chega para atuar como gestor de uma empresa
que era liderada por um membro da família proprietária, e que precisa tomar
muito cuidado.
O primeiro passo é ter uma conversa franca com a família ou
o conselho consultivo, para analisar em que estágio está o processo de
profissionalização da empresa. Se é inicial, mais educativa deve ser a atuação
do executivo. Assim, conquista a confiança da família. Se o processo está mais
adiantado, então a relação é mais tradicional, como em uma empresa comum.
Atualmente, todo o processo de profissionalização das
empresas é feito com ajuda de consultorias especializadas, o que antes não
acontecia no Brasil.
Em determinadas situações, o executivo que vai assumir a
gestão de uma empresa familiar se depara com dificuldades que se originam de
conflitos entre parentes. E, então, cabe a ele fazer o próprio trabalho, deixando
de lado o que pode tirar o seu foco e prejudicar sua produtividade.
PASSANDO O BASTÃO
Não são somente os executivos que estão chegando à empresa
que se deparam com desafios, mas também a própria família proprietária, em
especial, o membro que está na posição de liderança na companhia. O primeiro
desafio dele é escolher alguém que agrade a todos. Encontrar alguém ou é
difícil ou é impossível, sobre o pensamento dos líderes-proprietários.
Com o sentimento de que ninguém é capaz de fazer o que ele
fazia, esse profissional acaba monitorando muito de perto o trabalho do
executivo, não soltando as rédeas, o que pode desgastar a relação entre ambos.
Uma solução para isso é integrar o profissional de forma transparente e aos
poucos.
Além disso, outro desafio para a empresa familiar é montar
uma estrutura que permita ao profissional que está vindo de fora para
administrá-la ter a quem recorrer em caso de dúvidas.
Com antecedência, a
empresa tem de formar estruturas de governança corporativa. Esse é um processo cultural
e que se faz ao longo do tempo.
Por fim, a empresa tem de tomar consciência de que agora é
apenas proprietária e não mais gestora. E é por isso que o processo de
profissionalização deve ser feito aos poucos. Tudo que acontece de forma
intempestiva tem a possibilidade de dar problemas.