domingo, 19 de janeiro de 2014

Casa de ferreiro, espeto de quê?






Cardiologistas que fumam um maço de cigarros por dia, psicólogos eternamente depressivos, administradores de empresa com a vida em frangalhos, e daí por diante. É fato:  muita gente não pratica em sua própria vida aquilo que defende em sua rotina profissional.

O que à primeira vista pode parecer falta de profissionalismo, alinhamento ou até mesmo ética, por outro lado pode ser uma estratégia inconsciente de não ser escravo do trabalho. Seria muito chata a vida de um ferreiro cercado de ferro por todos os lados. Além disto, somos mais hábeis em ajudar os outros do que nós mesmos, inclusive em nossos próprios campos de especialização. Imagine a cena surreal de um ótimo cirurgião tentando operar seus próprios olhos.

Por outro lado, existem também os viciados em trabalho, que até em uma roda de chope parecem estar no escritório, de preferência usando terminologias que só eles entendem. Uma pessoa que segue à risca sua cartilha de trabalho em todos os momentos está condenada a uma prisão profissional, que a impede de descansar, ter novas idéias, e assim, produzir melhor para seus clientes no futuro. Reflita sobre suas vivências profissionais, e verifique como seria (ou está sendo) danoso não se permitir sair do quadrado que delimita o seu trabalho.

Muitas empresas perceberam os ganhos de inovação que este “pensar fora da caixa” proporciona, uma vez que é se desligando das rotinas do dia-a-dia que os seres humanos são mais criativos, gerando novos produtos e formas melhores de trabalhar. Já existem inclusive empresas de ponta liberando seus profissionais para usar algumas horas de seu dia de trabalho para fazer o que bem entenderem. Mas tudo muito bem gerenciado, pois inovação e criatividade dependem tanto de inspiração quanto de execução. Para isso, estas empresas criam comitês de inovação, definem metas e acompanham resultados.

Enquanto estas tendências não surgem na sua organização, você mesmo pode começar um movimento individual de “bater o seu relógio de ponto interior”, se permitindo tirar o “uniforme psicológico” que o prende às convenções de sua profissão, e identificando um caminho de equilíbrio entre trabalho e vivências pessoais. Este equilíbrio, por sua vez, nada tem a ver com os extremismos insustentáveis dos médicos, psicólogos e administradores referidos no início deste artigo. Isto porque é importante que haja alinhamento entre o pessoal e o profissional no nível dos valores.

Desta forma, muitos médicos tratarão mais de sua própria saúde, psicólogos resolverão primeiramente suas próprias questões, e administradores zelarão tanto por suas vidas quanto pelas empresas onde atuam.

E você, está trabalhando demais?

Ou está deixando de aplicar os valores positivos do seu trabalho na sua vida?

Existe um caminho do meio...
Pense nisso.