A Experiência vivenciada dentro das organizações nos tem
trazido: Preocupação e Surpresa.
Surpresa pelo fato de estarmos em pleno século XXI onde se fala
em qualidade de vida e bem-estar, mas nos deparamos com pessoas adoecidas, não
no corpo, mas principalmente na alma.
Preocupação no aspecto em que as empresas não se sentem
responsáveis por assuntos que não nascem necessariamente dentro da própria
companhia. Então, vamos à teoria para chegarmos à prática.
Concordo plenamente que problemas originados por situações
psicológicas e espirituais podem nascer na vida social, afetiva e familiar, mas
também afirmo que o sistema neurológico e límbico – emocional – são intimamente
ligados e as experiências são trocadas em todos os âmbitos da vida. Uma
experiência familiar negativa, por exemplo, afeta o comportamento do ser humano
dentro da organização, afetando diretamente em sua performance.
O ser humano é integrado em quando adquirido, o pacote de
emoções – bem ou mal sucedidas – vem completo. As empresas ainda tem
dificuldades em perceber o indivíduo como um ser único onde o DNA não é
alterado. As mudanças precisam atingir os quatro planos de existência
humana: Física, Emocional, Mental e Espiritual.
De que adianta as empresas investirem em melhorias de infraestrutura,
mobiliário confortável, software de ponta, telefonia com fibra ótica,
backbones, hardware de alta potência, se as pessoas não se sentem confortáveis
com a organização? O medo tem inibido as relações.
As pessoas atualmente devem demonstrar atualização,
eficiência, alta performance, excelente relacionamento interpessoal,
equilíbrio, motivação e felicidade em situações conflitantes. Um exemplo é um
profissional que trabalha em uma área que foi realocada, caso contrário teria
sido demitido; tem um chefe incompetente; sua avaliação por competência é
sempre subjugada; seu salário é totalmente defasado em relação ao próprio
departamento, simplesmente por esperar o próximo alinhamento salarial.
Bastante contraditório, não?
A empresa sofre impactos contínuos com a pressão externa,
ora pelo governo, pelos impostos, pelas leis oportunas, ora pela própria crise
social, política e econômica. E o ser humano por ser inteligente e pensante tem
que se equalizar e reajustar, tem que aceitar a mudança, ser resiliente,
participativo e não pode em hipótese alguma sentir, porque não há espaço para
isso.
A velocidade está a todo vapor, as relações abaladas, porque
as pessoas não se veem. Percebemos o outro naquilo que interessa e o que é
relevante para o sucesso do negócio. Quando digo que as pessoas estão doentes
dentro das organizações é porque elas não estão sabendo lidar com tudo o que
estão sentindo. Elas não conseguem traduzir seus sentimentos para gerar ações
ou ao menos para pedir ajudar sobre tal.
Se não identificarmos o que sentimos,
como poderemos ter consciência e transformar em novas opções?
As quatro vertentes que conduzem o ser humano precisam ser
revistas pelas empresas. Ginásticas laborais reduzem absenteísmo e turnover,
mas não garantem que as pessoas estejam felizes. É necessária uma reavaliação
do que realmente elas precisam. Muitas vezes estão clamando por atenção,
conversas informais, eficiência das interfaces, mudança de postura da liderança
e revisão dos processos.
As empresas investem milhões em palestras sobre atitude,
ética e relacionamento, mas esquecem que atitude, ética e relacionamento começa
pelo board boss, pela holding e pelo conselho. Os valores são definidos pela
forma em que as pessoas são tratadas e não pelos banners pendurados em cada
sala muito frequentada. O ser humano para ter alta performance precisa estar
inteiro 100%, e não em frangalhos, faltando pedaços.
Fica a dica...