Dizem que quem se encontra nela, não está disposto a mudar,
e já ouvi discursos inflamados sobre a necessidade de sair da zona de conforto
para fazer com que as coisas mudem.
Mas eu fico pensando sobre ela e tenho uma percepção
diferente de tudo que eu ouço. Inicialmente vamos definir conforto. Segundo o
Aurélio, é o estado de quem é confortado e confortado, por sua vez é o adjetivo
para fortalecido, animado. Então vem a pergunta:
Por que teríamos que sair dessa tal zona, se
quando a encontramos estamos bem?
A Zona de Conforto só poderia ser aplicada a quem já atingiu
seus objetivos e agora se apega a melhoria contínua para uma atividade ou ação
que se adéqua às suas necessidades e expectativas. Em outras palavras, ninguém
deveria sair da zona de conforto. É lá que encontramos o melhor de nosso
desempenho.
Agora, o Aurélio também diz que Acomodação é a tendência a
conformar-se com qualquer situação; conformismo. E essa sim é a zona perigosa.
O que todos tentam nos vender como zona de conforto é um lugar de onde
deveríamos sair, quando na realidade ela deveria ser vista como nosso objetivo
profissional e de vida. Costumam dizer que quem está nela, não quer mudar. Pois
eu digo que todos mudam se o apelo à mudança for agradável, necessário e
gerador de oportunidades.
O KCS – Knowledge Centered Support, metodologia que tem como
base o suporte estruturado no conhecimento, diz que cada grupo de interessados
em alguma coisa, busca o WIIFM – What In It For Me? Ou, o que isso tem de bom
para mim?
Não se trata de querer levar vantagem em tudo, mas sim saber
por que o esforço está sendo aplicado. Se fizer sentido e trouxer retorno para
o indivíduo para o grupo e para o negócio, a mudança é facilmente executada,
pensando na tão sonhada zona de conforto.
Mas há aqueles, que não querem mudar, pois não se sentem
motivados, não gostam do que fazem e não acreditam que no final existem
benefícios para eles. Para esse grupo, as mudanças são as coisas mais chatas e difíceis
que existem. Eles estão na Zona de Acomodação. São as pessoas conformadas com o
lugar que estão. Elas normalmente tem medo de crescer e se sentem ameaçadas por
desafios, por isso dificilmente se sentirão confortáveis com alguma coisa, e
rotineiramente reclamam pelos corredores que tudo está errado.
Cabe a nós, identificar os profissionais que estão interessados em conquistar, em realizar
e aqueles que se acomodam nas suas rotinas. Dos dois grupos podemos extrair
coisas boas, mas de formas diferentes, e com atitudes diferentes. Se não nos
atentarmos para esse fato, podemos conduzir nossas equipes a conflitos que
podem ser evitados.
De qualquer forma, volto a insistir.
Zona de Conforto não é o que todos costumam falar. Pensem
nela como objetivo e morram de medo da Zona de Acomodação.
Fica a dica...