Aproveitando a proximidade do segundo turno, peço licença para expressar minha opinião nessa eleição.
Sou um eterno defensor da democracia, e acredito que a alternância de poder é salutar para o regime democrático. O atual sistema de governo encontra-se no poder a 08 anos e já aparelhou toda a máquina estatal, desde os três poderes, passando também pelo STF, Polícia Federal, as agências reguladoras, as autarquias, as empresas de economia mista, as ONGs, tudo!
O projeto de poder do PT é aquele seguido por Hugo Chaves (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Rafael Correia (equador), e não o modelo de desenvolvimento seguido, por exemplo, pelo Chile. Só para citar exemplos na América Latina. O avanço desses ideais só não foi maior no Brasil devido aos freios institucionais e as garantias das liberdades individuais e da imprensa livre.
Somos um país democrático, com regime político baseado nos princípios da soberania popular e distribuição equitativa do poder, caracterizado, em essência, pela liberdade do ato eleitoral, pela divisão dos poderes e pelo controle da autoridade, e o que mais me preocupa é que este governo já deu inúmeras demonstrações de totalitarismo, inclusive com declarações explícitas de extermínio de partidos políticos da oposição, além de tentar por diversas vezes implantar a censura na mídia nacional.
Minha principal preocupação é que a permanência contínua no poder por qualquer sistema político, em especial este que já permanece há 08 anos, tende a enfraquecer o regime democrático, abrindo espaço para ideais de ditadura, numa forma de governo em que todos os poderes se enfeixam nas mãos dum indivíduo, dum grupo, dum partido, cerceando ou suprimindo com o tempo as liberdades individuais.
Se no primeiro turno existiam opções para votos de protesto ou de mudança, agora só temos duas opções. É votar na continuidade do aparelhamento deste governo, que tem ranço ideológico, mais sede de poder e disposição para adotar os meios mais abjetos para enovelar-se no poder absoluto, ou tentar mudar este sistema no que diz respeito à alternância de poder, visto que as políticas públicas não mudarão extraordinariamente. Anular o voto desta vez pode não ser protesto, mas, tiro no pé!
Ainda temos tempo de mudar!
Por Alexandre Gusmão