O jamaicano Usain Bolt se tornou o homem mais rápido da
história da humanidade depois de quebrar recordes mundiais nas Olimpíadas de
Londres e Pequim. Para realizar este feito, foi preciso ter motivação,
pensamento crítico e foco. Mais importante ainda, foi necessário transformar
decepções em vantagens, fraquezas em forças, e desenvolver a motivação
requerida de um campeão mundial. Estes três atributos são lições que podemos
aplicar aos que trabalham no mundo dos negócios.
APROVEITAR AS
FORÇAS
Se o treinador dele não tivesse reconhecido seu dom da
velocidade, talvez Usain Bolt tivesse sido apenas um jogador mediano de
cricket, esporte que praticava na adolescência. Quando seus treinadores o
aconselharam a se concentrar na modalidade dos 400 metros, Bolt já tinha a
autoconfiança necessária para perceber que seu maior talento estava nos 100
metros rasos. As Olimpíadas provaram que ele estava certo. Bolt estava tão à
vontade com suas próprias habilidades que sabia quando aceitar ou quando
ignorar feedbacks.
No mundo dos negócios, muitas vezes há uma forte preocupação
em realizar análises de insuficiência, forçando executivos a focarem na
melhoria de seus pontos fracos. Isso é quase sempre um conselho errado. Se você
é um ótimo escritor, mas um péssimo orador, concentre-se em escrever melhor
ainda e contrate alguém para falar por você. Geralmente, as coisas que não
fazemos bem são as que a gente não gosta de fazer. Uma receita para se ter
sucesso é fazer cada vez menos as coisas que não gostamos, e concentrar cada
vez mais nas coisas que fazemos bem.
Cito o exemplo de um vendedor que era incrivelmente
competente em conseguir novos clientes, porém péssimo no follow-up e no
atendimento. Seu chefe o despediu, o que foi um grande erro. Encontrar um
talento especial é extremamente difícil e, por outro lado, é fácil designar
alguém para cuidar dos detalhes mundanos de uma pós-venda. Seu chefe deveria tê-lo
mantido e contratado outro funcionário para gerenciar os clientes. Você precisa
de confiança em si mesmo, e se você não for o CEO, você precisa de uma
organização que lhe dê apoio.
TRANSFORME DECEPÇÕES
EM FORÇA
Depois de se profissionalizar, Bolt enfrentou uma série de
lesões e contratempos que poderiam ter desanimado qualquer um. Porém, se não
tivesse atravessado estas decepções, talvez nunca tivesse encontrado o foco, a
disciplina e o fôlego necessários para se tornar um campeão.
Uma pessoa bem sucedida não é a que enfrenta poucas
decepções na vida. Todos nós encontramos obstáculos. Na verdade, pessoas bem
sucedidas tem a habilidade de aprender, positivamente, com os atrasos e
decepções, e utilizá-los como uma fonte de motivação. Um bom exemplo, disto, é
Steve Jobs, da Apple, que costuma contar que se ele não tivesse desistido de
sua faculdade, o Macintosh não teria sido um computador tão potente. Ele credita
seu sucesso na Apple ao fato de ser sido despedido pela empresa 14 anos antes.
Enfrentar a morte o ajudou a focar no que realmente queria da vida.
Uma pessoa bem sucedida também não é aquela que não tem
fraquezas. Somos todos humanos e somos todos fracos. O que distingue a pessoa
bem sucedida é sua habilidade em descobrir maneiras de usar suas fraquezas como
vantagens e achar forças próprias que talvez os outros não tenham reconhecido
ainda.
A MOTIVAÇÃO É A
CHAVE DE TUDO
Usain Bolt passou por problemas no início de sua carreira
porque era tão mais rápido que os outros que se negava a treinar, se alimentava
da maneira errada e não tinha concentração. Isso bastava para vencer
competições locais, mas, para se tornar um campeão mundial, era preciso mais. A
chave era a motivação.
A motivação é igualmente importante nos negócios e, muitas
vezes, tão difícil de manter quanto nos esportes. Alguns executivos tem paixão
por seu trabalho, ou se responsabilizam pelos funcionários de suas empresas.
Outros querem manter o poder e status. Qual o incentivo para um executivo de
uma empresa como a Microsoft, que já fez sua vida e ganhou seus milhões?
Executivos que já tem tudo podem continuar a dar tudo de si
ao encontrarem novos desafios e outros meios de motivação para almejarem
melhorias sempre. Muitas estrelas do esporte e executivos compartilham de um
intenso espírito competitivo de vencer, que geralmente não tem a ver com o
acúmulo de riqueza.
E o executivo que se enxerga no limite de sua carreira, sem
perspectiva de evolução, ou que está trabalhando para uma empresa com estrutura
gerencial estática?
Em algumas situações, você terá de trabalhar sua motivação,
como fez o Bolt. Até mesmo os trabalhos mais rotineiros podem se tornar
interessantes ao se fazer deles um jogo. O jeito é desenhar uma série de
desafios e em seguida estabelecer pequenos objetivos. É uma questão de
identificar algo que você queria fazer um pouco melhor, um pouco diferente, e
então trabalhar nisso incessantemente.
Usain Bolt tem apenas 26 anos, mas ele já sabe como fazer. Ele já passou por isso. Você, em seu trabalho, pode fazer o mesmo...