Talvez o segredo para a mudança com sucesso esteja na
estabilidade. Estabilidade só acontece quando se mostra, se explica para as
pessoas o porque das mudanças. Quando elas se sentem envolvidas no senso de
urgência das coisas. É preciso deixa-las se comprometerem, delegar tarefas,
compartilhar decisões e analisar junto os resultados.
E quem consegue isso nas corporações modernas?
Apenas os grandes líderes, sem sombra de dúvidas. Afinal, eu
não decido para onde ir, mas decido como vou chegar lá e se eu quero chegar lá.
E esta decisão vai depender muito mais do compartilhamento da visão, que tem de
ser clara para todos da equipe. Afinal, não basta ter a visão da mudança. É
preciso despertar esta visão nas pessoas e ainda mostrar para elas que onde quer
que estejam, haverá claramente um rumo, uma luz no final do túnel e quais os
impactos que estas mudanças gerarão positivamente em suas vidas, mesmo que isto
aconteça a médio e longo prazos.
É preciso inspirar a mudança...
E isso só se consegue conhecendo profundamente as
necessidades inspiradoras de cada indivíduo, um a um, e costurando-as de uma
forma que consiga se alinhar para o bem comum, e só quem ama o que faz consegue
chegar neste nível. O amor fraterno é a única força capaz de gerar a verdadeira
coesão entre as pessoas.
Este é o diferencial que vai gerar o compromisso.
E é o
compromisso que vai determinar o tempo de vida útil de uma pessoa dentro de uma
organização. Por sua vez, o tempo de vida útil de uma pessoa dentro de uma
organização interfere diretamente no sucesso ou na ruptura de um processo de
mudanças. A simplicidade na comunicação e a assertividade no envolvimento são
as peças-chaves para o sucesso de qualquer mudança numa organização. Ações e
palavras comunicam, mas são as atitudes que servem de exemplo e espelho para
tirar as pessoas de suas zonas de conforto ou voltarem a acreditar em algo,
aumentando sua autoestima e querendo que dê certo realmente.
Sensibilidade e transparência.
Para conquistar corações e
mentes é preciso ter sensibilidade e transparência, que são o núcleo básico da
credibilidade. O colaborador precisa acreditar nisso e só o fará se o seu
coração disser que sim. O compromisso com a transformação é o que gera a
transmutação das pessoas e as mudanças nas corporações. É preciso entender a
diferença entre o contagioso e o contagiante. E quem pode controlar todo este
fluxo emocional é apenas um líder bem preparado auditivamente.
Quando o cumprimento das metas envolve dificuldades.
É
preciso lembrar da importância do experimentar, e do quanto o medo toma tempo
em nossas vidas. É preciso elaborar, controlar e executar. Mas acima de tudo,
criar o hábito da mudança. É preciso aprender a ouvir os colaboradores e suas
necessidades. Mas o primordial é aprender a ouvir a voz do coração de cada um
deles e a ler o que diz o brilho de cada olhar.
Uma vez que as mudanças são contínuas e a pessoas
apaixonadas pelo trabalho, o crescimento é nítido e notável da corporação e das
pessoas. Num processo contínuo e no qual as pessoas são realmente envolvidas,
os sucessores estão em treinamento constante e diário para não deixar a peteca
cair. É preciso que este alinhamento estratégico esteja muito claro entre os
níveis de alta gerência e de suas equipes.
Diferencial Competitivo.
Questões culturais exigem
sensibilidade também por parte dos dirigentes. Entender de pessoas, de origens,
de personalidades pode ser um grande diferencial competitivo das próximas
décadas. São os líderes que vão manter a chama acesa, mas são os gerentes que
vão cuidar do funcionamento e da funcionalidade e andamento diário dos
processos.
Sabemos que toda mudança requer disciplina.
Sabemos também
que um processo de mudança efetivamente comprometido nunca termina, ele apenas
vai mudando as datas e as etapas a medida que as coisas vão acontecendo e
evoluindo. Se só as lideranças são capazes de gerar mudanças significativas, é
preciso preparar líderes, descobrindo pessoas e encorajando-as a mostrar suas
aptidões e desenvolver seus potenciais, para que sejam detectados os olhos de
tigre dos grandes aprendizes de líderes do futuro.
Mas para isso, é preciso ter apenas uma habilidade: saber ouvir a voz do coração das pessoas e o que elas esperam para elas. A resposta está aí, e a assertividade também. Alinhando as vozes dos corações das pessoas com os discursos sinceros dos líderes das corporações, dificilmente haverá ruído nas comunicações, dificilmente haverá falhas nos processos, dificilmente alguém morrerá de infarto antes da hora. Por um único motivo: o coração será capaz de falar aquilo que está sentindo.