O Comércio Eletrônico tem se destacado a olhos vistos no
Brasil e tem sido alvo de holofotes em todo o país devido às suas cifras e possibilidades.
O seu crescimento ano a ano de dois dígitos contrasta de forma significativa
com os outros setores da economia, até mesmo diante de uma crise global.
Empresas dos mais diversos portes e segmentos estão
percebendo que não aderir a tal estratégia de mercado é, em pouco tempo, estar
fora do próprio mercado. É fato, porém, que saber o que tem que ser feito não
significa saber como deve ser feito.
A urgência em montar sua plataforma de comércio eletrônico –
muitas vezes porque o concorrente já o fez – gera um efeito colateral: faz com que as empresas não parem para se
questionar qual o melhor modo de montá-la. Isso talvez aconteça porque só
conheçam uma maneira, a mesma vitrine digital de produtos aliada ao velho
carrinho de compras.
Se todos se utilizam da mesma estratégia de diferenciação,
ela deixa de ser eficiente. Tal qual ocorreu em meados dos anos 90, quando
todos tinham que ter um site porque o concorrente já tinha, vivemos uma época
de turbulência em que não há critérios, só pressa e falta de planejamento.
Se a sua empresa atualmente está investindo e despendendo
esforços para montar uma bela plataforma de comércio eletrônico, saiba que há
uma nova estratégia de diferenciação nessa área que ainda é privilégio de
poucos.
Sabendo que o povo brasileiro é um dos que passa mais tempo
navegando em redes sociais, tanto percentualmente quanto em números absolutos,
é natural que tal comportamento venha cada vez mais fazer parte dos planos de
vendas das empresas de comércio eletrônico.
Nasce assim o Comércio Social. Em poucas palavras, uma
plataforma de comércio eletrônico que traz em sua gênese os conceitos de rede
social, tendo como forte aliada a comunicação realizada na chamada web 2.0.
O Comércio Social se apresenta como o próximo passo do
comércio eletrônico no país ao aliar as, ainda pouco conhecidas, rotinas de
vendas aliadas à geração de conteúdo colaborativo, que pode ser potencializado
por meio da comunicação viral e coesa em rede sociais.
Esses três “Cês” – Comércio, Conteúdo e Comunidade – devem se
somar de forma sinérgica em uma mesma plataforma de negócios digitais. Com um
bom planejamento, essa estratégia vai gerar um número crescente de vendas
qualificadas, porque trabalha continuamente a fidelização e a formação de uma
comunidade de marca.
Os passos para implementar tal estratégia em sua operação de
e-business não são tão complexos como se pode imaginar. Apresento algumas
diretrizes a seguir:
Inicialmente é preciso gerar demanda, não há comunidade sem
pessoas. O Google ainda é o melhor meio para gerar demanda para um site. Ter
uma plataforma de comércio eletrônico otimizada para o mecanismo de busca é
fundamental para gerar tráfego suficiente para manter uma comunidade sempre
ativa e com novos membros.
A geração de demanda também passa pelo marketing viral,
esse, contudo, ainda é misterioso o bastante para as empresas para que tenha
sua efetividade garantida.
Após a geração de demanda, é preciso gerar colas sociais, ou
seja, motivos para o usuário voltar e interagir com o site. Assim, a empresa
deve realizar uma ação para não perder os usuários que já visitaram o site pela
primeira vez. Exemplo dessas ações são concursos culturais, promoções
relâmpagos, fóruns em que os consumidores podem conversar entre si e, desse
modo, contribuam com suas opiniões e construam o site a seu gosto por meio de
APIs ou áreas customizáveis. É importante tornar a navegação uma experiência e
não se restringir à pura e simples compra.
Para manter a experiência sempre vívida e atual, é preciso
ser inovador e ativo na comunidade o todo tempo. É preciso gerar “buzz”, dar
motivos para que falem (bem) da sua empresa. Após gerar as colas sociais e
fazer com que os usuários se mantenham unidos e ligados à marca, é preciso se
comunicar com eles por meio de ferrramentas da própria web, como Twitter,
Blogs, Facebook,Instagram, e-mails e várias outras. Cada empresa descobrirá
qual a melhor ferramenta para o seu público. O site tem que ter um caráter
pessoal, deve se personificar e se comunicar com seu mercado de maneira
personalizada e em massa. Nessa etapa a micro segmentação é fundamental.
Em todas as ações citadas, são criadas oportunidades de
venda de modo que naturalmente elas sejam reiteradas por todo o processo do
Comércio Social. Quanto mais interação, mais vendas.
Como pode ver, Comércio Social é uma atitude, uma nova
maneira de fazer a publicidade e vendas no seu negócio. Atualmente vender é se
relacionar e a maior parcela de relacionamento na internet está nas redes
sociais. O caminho natural do comércio eletrônico está no Comércio Social.
Se pararmos para pensar nas mais lucrativas marcas do mundo
off-line, iremos perceber que, na maioria das vezes, tais marcas são aquelas
que mais geram “buzz” e que mais geram consumidores nas suas comunidades de
marca, de forma espontânea. Se isso já funciona tão bem no mundo de átomos,
faça acontecer no mundo dos bits. A fórmula já foi dada, basta aplica-la e
reaplica-la.