Quem nunca deu ouvidos à rádio-peão que atire a primeira pedra. Agora, cuidado. Muitas vezes ela é só um meio de propagação de fofoca. A rádio-peão pode gerar prejuízos, porque dá mais atenção à fofoca do que ao trabalho.
Como um executivo (de qualquer área) pode usar a rádio peão a seu favor?
A rádio-peão existe em qualquer empresa. Ela deve ser usada para transformar o ambiente de trabalho o mais agradável possível. Sabendo que ela existe, o executivo deve conhecer quem são os formadores de opinião, quais as "pautas" mais abordadas e como ele deve utilizar a ferramenta a seu favor, como sua aliada. A rádio-peão é um canal não-oficial e oficioso. A empresa que consegue se equilibrar na comunicação não terá a rádio-peão como uma dor de cabeça. Será apenas uma manifestação natural e que jamais será extinta, pois é um processo humano se comunicar, interagir, comentar, concordar ou discordar de ações, palavras e atitudes.
E como os funcionários de um modo geral podem usar a rádio peão?
O funcionário precisa estar atento às notícias veiculadas pela rádio-peão. Muitas vezes ele precisa checar se a informação divulgada é verdadeira ou não. O rumor atende ao que chamamos a uma condição natural do ser humano de querer saber o que está acontecendo e procurar meios para sua segurança. Já cansei de ver pessoas com crises profundas, estresse e sintomas péssimos de saúde por ouvirem notícias que não eram verdadeiras. A rádio-peão pode gerar prejuízos para a empresa, porque dá mais atenção à fofoca do que ao trabalho. E a solução para combater a fofoca parece simples: ser mais rápido do que ela, com uma comunicação interna eficiente e que tenha foco no trabalho.
Muitas vezes a rádio peão é mais rápida e eficiente do que os comunicados oficiais sobre demissões ou contratações. Por que isso acontece?
Porque a notícia vaza em algum momento do processo: seja quando for desenhado o layout do comunicado ou quando ele for traduzido ou até durante sua aprovação. Neste trajeto, a informação passa por diversas áreas, diversas mãos. O importante é manter o sigilo, envolver poucas pessoas e ter um processo estruturado. A rádio-peão é uma realidade que não deve ser preocupação quando a comunicação entre todos na empresa, especialmente na direção, for clara, definida e sem segredos e meias-palavras. Toda vez que a comunicação acontecer assim, verdadeira e sem rodeios, a rádio-peão será um termômetro que não sinaliza febre, mas temperatura ambiente, normal e equilibrada.
A rádio peão atrapalha o trabalho do RH?
Quando se fala em comunicação interna se fala em compromisso, comprometimento. Nisso não podemos deixar de comentar sobre o papel das chefias e gerências no processo. Elas são partes fundamentais e devem ser os primeiros a se preocuparem com a comunicação interna, não deixando a responsabilidade apenas a cargo do RH. A responsabilidade é de todos. Comunicar, clara e indistintamente, é uma obrigação da empresa, pois assim pode tornar seus colaboradores comprometidos e engajados no objetivo da empresa. Até porque hoje, no mundo dos negócios, a palavra parceria é fundamental.
Já que não dá para evitar a fofoca, saiba como fazer as conversinhas de corredor trabalharem a seu favor dentro e fora da empresa.
Você vai ficar - bem - falado
Há apenas uma coisa no mundo pior do que falarem mal de você: é não falarem sobre você. O autor dessa frase é o escritor irlandês Oscar Wilde, famoso por sua língua afiada. E ele estava certo. Se isso vale quando você está fora do trabalho, por que não valeria entre as quatro paredes da empresa? Rádio-peão, rádio-corredor, corredor press -- o nome não importa. A fofoca é uma realidade corporativa e existe desde que o mundo do trabalho é o mundo do trabalho.
Estudos de longo prazo feitos em diversos países comprovam que as pessoas dedicam de um quinto a dois terços de sua conversa diária à fofoca. Outro estudo feito nos Estados Unidos revelou que um funcionário típico passa cerca de dois meses por ano dando com a língua nos dentes. Os papos informais na empresa são uma ótima desculpa para descobrir sobre o temperamento do novo chefe, entender quem é quem na diretoria, saber de novas vagas no mercado ou divulgar suas últimas realizações -- tudo assim, como quem não quer nada. Enfim, fofocar no mundo corporativo não tem a ver, necessariamente, com maledicência. Ao contrário, jogar conversa fora pode ser muito útil para a sua carreira. Ficar ligado nas informações extra-oficiais é o que eu chamo de inteligência competitiva. Ajuda a entender os movimentos oficiais da empresa, a conhecer melhor as pessoas e a se adaptar à cultura de um lugar. Eu não usaria o termo fofoca, mas é importante ter fontes no mercado e na empresa. Todo profissional bem-sucedido tem insiders que o mantém informado. Se alguém me diz que um profissional está saindo de uma empresa, deixo passar. Mas se duas ou três pessoas me dão a mesma informação, começo a acreditar.
Inserir-se na rede informal de comunicação que se estabelece dentro de qualquer empresa não significa passar o dia de papo no corredor, mas fazer os contatos certos, ter acesso a dados importantes para o planejamento de sua carreira e à compreensão do comportamento alheio. "Sempre me aproximo das secretárias. Elas podem ter informações valiosas. Em uma dessas, você consegue uma brecha na agenda de alguém e entende melhor o estilo de trabalho do chefe", diz o paulista Emerson di Pieri, de 36 anos, que fez carreira no mercado financeiro e se prepara para assumir a chefia de um banco de investimentos na Suíça."Quando você fala de alguém, acaba se comparando a essa pessoa e fazendo uma espécie de auto-análise", diz Emrys Westacott, professor adjunto de filosofia da Alfred University, que fica no Estado de Nova York, nos Estados Unidos. Ou seja, a fofoca facilita o relacionamento entre as pessoas, melhora a coesão do grupo, reforça seus valores e ajuda a resolver alguns conflitos.
ENTRE NESSA REDE
Toda essa conversa também diz respeito à aceitação de determinado profissional no grupo de trabalho. Se uma informação relevante chega até seus ouvidos é um sinal claro de que você é da turma. Partilhar um dado de valor com alguém é uma prova de confiança e é também um sinal de poder da pessoa que passou a informação adiante. No ambiente corporativo, as conversas paralelas ajudam as pessoas a entender as regras implícitas da empresa e a entender por que estão trabalhando juntas. Nesse caso, a fofoca faz circular informações que geralmente não constam no manual de conduta da empresa, mas servem para que você se sinta incorporado à cultura local. A fofoca é o espaço para o politicamente incorreto, para a descrença na informação oficial e para comunicar sem a liturgia do cargo.
Para usar um exemplo clássico: se você fica sabendo que, entre outros motivos, aquele gerente foi demitido por ter um temperamento difícil, descobre, por tabela, que tipo de comportamento não é bem-visto -- e falado -- na empresa em que trabalha. Por outro lado, se avisam a você, em primeira mão, que um determinado departamento vai abrir vagas para um projeto internacional, você tem tempo de melhorar o inglês e se preparar para concorrer à vaga. Então, fique de ouvidos bem abertos porque muita informação de valor circula pelos corredores da empresa. E, muitas vezes, elas estão nas entrelinhas. Reconheça a importância de ser um bom ouvinte. "Se eu tenho um projeto para apresentar e todo mundo diz que a pessoa com quem vou falar é extremamente pragmática, é uma deixa para que eu reformule meu discurso".
Para que essas dicas cheguem ao seu ouvido, não dá para ser sovina. A relação é direta: para obter informações, é necessário dar outras em troca. É a mesma lei das comadres: vale a retribuição. Você pode puxar o assunto intencionalmente. Não há mal nenhum nisso. O segredo é não ser interesseiro. Quando a pessoa age assim, o interlocutor geralmente percebe e começa a sonegar informações. Como em toda relação de confiança, essa também tem sua ética: trate a informação com nobreza, preserve suas fontes e não colabore com boatos maldosos. Jamais divulgue oficialmente algo que foi confidenciado a você. Se você precisar usar essa informação, coloque-a em um contexto geral, como parte da conjuntura, sem revelar nomes ou detalhes. Ah, e use a regra número 1 de todo bom repórter: não "compre" nenhuma história sem antes verificar a veracidade dos fatos. Ao ouvir qualquer coisa, cheque duas ou três vezes para não ir atrás de pistas falsas. E, acima de tudo, fuja da boataria cujo objetivo é prejudicar alguém -- ou a própria empresa --, de discussões sobre vida pessoal de quem quer que seja, de troca de segredos empresariais.
A FOFOCA A SEU FAVOR
Essa rede informal de comunicação também trabalha para incrementar relacionamentos. Ao usá-la para fazer networking, o negócio é não encarregar o outro da lição que cabe a você. Assim, se quiser mudar de emprego, não adianta chegar e dizer: "Fulano, aquela empresa me interessa. Será que você poderia falar sobre mim?". No caso, o melhor é usar a técnica "coisa" para, nas palavras dele, "ajudar o outro a ajudar você":
* C de conselho
Entre no assunto dizendo que você está pensando seriamente em sair da zona de conforto e tentar um trabalho mais desafiador. Você pode fazer perguntas do tipo: "O que você me diz? Será que é uma boa hora para pensar nisso?".
* O de orientação
Continue na mesma toada, valorizando o conhecimento que a pessoa tem do assunto. Aqui cabem perguntas do tipo: "Com quem devo falar?", "Como devo abordar essa pessoa: por e-mail, telefone ou pessoalmente?" etc.
* I de informação
Agora o mote é descobrir mais dados para ajudá-lo em sua busca. Por exemplo: "Com quem mais eu posso falar sobre essa vaga?".
* S de sugestão
"O que você faria se estivesse em meu lugar?" é um bom exemplo de pergunta a fazer nesse caso.
* A de acesso
Finalmente, você chegou ao filé da conversa: pedir para que seu interlocutor fale de você ao chefe do outro departamento. Sair-se bem na arte da fofoca não tem só a ver com estar realmente disposto a trocar suas melhores figurinhas. O pano de fundo de uma sólida rede de relacionamentos está ligado a outro tipo de informação que também passa de boca em boca: sua reputação. Não se esqueça que a boa ou a má fama sempre precede o dono. Por isso, suas atitudes no dia-a-dia é que dão pano para o bate-papo na hora do cafezinho. Se acontecer de você ficar malfalado, é melhor manter a cabeça no lugar. Todo mundo tem seu dia de bola da vez e, em muitas ocasiões, se irritar com isso pode ser exatamente o que as pessoas precisam para fazer comentários ainda mais maldosos. Em outros casos, porém, é aconselhável tomar algumas providências para diminuir o zunzunzum.
CONVERSAS DE CORREDOR
Você pode até reduzir o volume, mas o fato é que a rádio-peão sempre existiu nas empresas. É possível dizer que, em linhas gerais, o que ela veicula vem mudando ao longo do tempo. Há uns 20 anos, as conversas não eram bem-vindas no trabalho. Com tanta repressão, é claro que os comentários sempre tinham um teor negativo, com muitas críticas aos chefes e à empresa de maneira geral. Foi basicamente por causa dos programas de qualidade total, em alta a partir da década de 90, que a conversa corporativa adquiriu outro status. Sinergia, times, trabalhos por projeto, redução de níveis hierárquicos -- tudo isso contribuiu para que as pessoas falassem mais umas com as outras. A fofoca corporativa é a fonte genuína de informação da empresa. Apesar de informal, é a mais importante. Os canais formais existem para dar suporte ao que os funcionários falam na hora do cafezinho. O líder que não se dá conta disso corre sério risco de ficar malfalado. Hoje, cerca de 70% do trabalho de um líder envolve a mobilização de pessoas. E ouvir o que elas dizem faz parte disso. Aliás, os chefes mais espertos sabem que, quanto mais saudável o ambiente de trabalho, mais há espaço para conversas. Alguns capitalizam em cima disso e promovem encontros "oficiais" para a fofocagem, em que há espaço total para a conversa fiada.
PAPO SAUDÁVEL
Na Oracle, a velocidade da rádio-peão é comentada com bom humor. Silvio Genesini, o presidente, conta que, em sua experiência de 20 anos como consultor, percebeu que não há como lutar contra a fofoca, apenas compreender que ela faz parte de qualquer corporação. Pelas suas contas, toda vez que há mudança na grade de salários, apenas algumas pessoas ficam sabendo oficialmente sobre o que se refere a sua área. Informalmente, no entanto, a notícia se espalha em outro ritmo. "Em aproximadamente duas horas, a empresa inteira já montou a curva de salários completa", diz Silvio. O executivo enxerga esse movimento como algo útil, pois a quantidade de reclamação sobre os salários dá a medida da satisfação das pessoas. "Se os comentários esfriarem três ou quatro dias depois, está tudo ok. Caso contrário, é melhor investigar a insatisfação." Ele não está errado. Quanto mais saudável o ambiente, mais rapidamente corre a informação, em um sinal de que as pessoas se sentem à vontade para dizer o que estão pensando. E que fique o recado: a fofoca corporativa deve trabalhar a favor de sua carreira -- e não prejudicar a vida ou o trabalho dos outros.
NÃO MORRA PELA BOCA
Existe ética até mesmo na hora de fofocar. Veja como estabelecer uma relação de confiança com os outros e evitar que seus comentários se voltem contra você:
Ouça mais
Sabe por que temos duas orelhas e uma boca? Para ouvir mais e falar menos, diz um provérbio árabe.
Abra o olho
Na hora de passar seu recado, cuidado. A comunicação informal é algo que corre sem controle. Por isso, muita cautela ao escolher a pessoa com quem você vai falar. É do jeito dela que a história será passada adiante.
Seja discreto
Não gaste tempo comentando sobre fofocas correntes no escritório. Na hora do "vamos ver", você pode ser considerado culpado por associação.
Seja do bem
Fofoca corporativa é para trabalhar a favor de sua carreira. Portanto, não seja "língua de trapo" e, se algum comentário seu magoar alguém, peça desculpas imediatamente.
Troque dados
Não dá para ficar sabendo de tudo se você nunca diz nada de relevante. Para obter informações, coloque na roda algo que pode ser importante para a carreira do seu parceiro.
MANDE SEU RECADO
Eis algumas dicas para divulgar informações pela rádio-peão:
Mande recado
Se tiver absoluta confiança em alguém -- e somente nesse caso --, pode fazer a encomenda e pedir que essa pessoa dê o recado por você.
Vá direto à fonte
Não use intermediários se o recado for direto para o chefe -- espera-se que você tenha uma relação de confiança com ele. Foi o que fez o paulistano Henrique Tichauer, 31 anos. Em 2001, como gerente de produto de uma grande empresa do ramo farmacêutico, era o responsável pelo projeto na América Latina e fazia parte do grupo global de gerentes. Ao saber que haveria uma vaga na sede da empresa, nos EUA, passou a dizer ao chefe, indiretamente, que estava interessado na posição. O resultado veio quase um ano depois, quando o vice-presidente da companhia disse, no meio de uma reunião do grupo, que seria bom ter alguém como Henrique no board internacional do projeto. O chefe dele havia feito a indicação.
Pense alto
Caso você não tenha alguém confiável para ajudá-lo, a saída é fazer um comentário -- perto de um possível emissor -- do que você está planejando.
QUANDO VOCE É O ASSUNTO
Quando a fofoca vira maledicência, boato, fuxico, sua carreira e sua imagem podem sair prejudicadas. O que fazer, então?
Regra número 1: respeite a porporção A resposta tem de ser do tamanho do prejuízo. "Ao se pronunciar publicamente contra um boato, você pode chamar a atenção de quem nem sabia do mexerico", diz Francisco Britto, da Boyden. Logo, é sempre um risco divulgar um comunicado para a empresa inteira.
Regra número 2: avalie o estrago Se o boato for algo danoso demais, vale a pena se pronunciar publicamente, pois as conseqüências podem ser ruins, mesmo que atinjam pouca gente.
PRATO DO DIA
Ninguém faz fofoca sobre as virtudes das outras pessoas. Certamente é por isso que a vida amorosa do colega da baia ao lado é sempre um prato cheio para os maledicentes de plantão, principalmente quando há detalhes picantes envolvidos. Confira três casos que deram pano para manga na imprensa:
* Em março do ano passado, Harry Stonecipher, CEO da Boeing, recebeu o cartão vermelho por causa de seu namoro com uma executiva da empresa.
* No final de 2004, a apresentadora de TV Luciana Gimenez, ganhou destaque na mídia -- e não foi por causa de sua fama de atrapalhada --, mas pelo namoro com Marcelo de Carvalho, sócio e vice-presidente da Rede TV!. Em outras palavras: seu chefe. Louie Psihoyos/CORBIS John Tlumacky/AP
* O namoro -- que depois virou casamento -- de Suzy Wetlaufer, editora da Harvard Business Review, com Jack Welch, ex-CEO da GE, custou o emprego dela. Eles se apaixonaram durante uma entrevista que o executivo deu à jornalista em 2002. Suzy era famosa na redação da revista por seus romances com alguns de seus entrevistados -- geralmente o crème de la crème do mundo executivo.
CONTATO IMEDIATO
Há cerca de três anos o engenheiro Alexander Gregorian, de 27 anos, deixou o cargo de gerente de produção na fábrica da Procter & Gamble, em Louveira (SP), para ser supervisor de outra empresa, a TetraPak, fabricante de embalagens longa vida, em Monte-Mor (SP). Embora estivesse feliz com a mudança e com a perspectiva de crescimento, ele queria voltar a exibir o título de gerente. Em uma conversa informal, seu chefe, o gerente-geral da planta, deu uma dica valiosa para que Alexander conseguisse a promoção. Contou que ele conseguiria destaque se desenvolvesse um projeto almejado há anos pela companhia. "Eu sabia que, se fizesse esse projeto andar, alcançaria visibilidade", diz. Claro que a informação só chegou aos seus ouvidos porque o engenheiro provou sua competência. "Em um ano e meio, concluí o projeto", diz. O chefe então conseguiu um espaço para que ele apresentasse o trabalho em uma convenção mundial. O resultado não poderia ser melhor: a fábrica brasileira virou referência e o processo deve ser adotado pelas 53 plantas da TetraPak no mundo. A promoção chegou junto com o reconhecimento. "Hoje, o pessoal na China sabe quem eu sou graças a uma dica valiosa, mas que só me foi dada porque apostei na empresa e investi tempo e esforço." A tal dica surgiu em uma conversa de corredor, sem caráter oficial. É o tipo de disse-me-disse do bem que estamos falando aqui. "Sempre me fiz confiar, estabeleci vínculos e isso acabou rendendo frutos."
TEM HORA PRA TUDO
Cafezinho, happy hour, corredor e até academia. O paulistano Rogerio Munuera, de 27 anos, diretor de vendas e marketing da Cernet, uma distribuidora brasileira de software, de São Paulo, sempre usou as conversas descontraídas que acontecem nesses ambientes para se movimentar na carreira. Por exemplo: durante um jogo de tênis com o diretor da empresa (na época, ele era gerente) Rogerio conseguiu abertura para pedir uma mudança em seu sistema de bonificação. Foi a conversa certa no lugar certo e o assunto acabou sendo levado à presidência, que acatou o pedido. "Quando o ambiente é informal, fica mais fácil levar essas conversas. Elas entram no meio de outros assuntos, mais leves. E, geralmente, as pessoas estão mais abertas a ouvir", diz Rogerio. O aprendizado da importância dessa comunicação informal nos passos da carreira está ligado à natureza de seu trabalho. "Na área de tecnologia, trabalho de bastidores é tudo. Todo mundo se conhece e as informações correm rapidamente ", diz. Por isso, Rogerio sempre apostou nas conversas paralelas. "É assim que eu faço a política da boa vizinhança e aproveito para divulgar meus objetivos profissionais. Tem sempre alguém interessado.
E aí, sabe da nova???