Passei bons anos de minha adolescência ouvindo músicas do Tim Maia tocando nas rádios. Não há como dizer o contrário: Tim Maia era simplesmente espetacular. Um excelente compositor e maravilhoso cantor. Sua presença no mundo musical foi tão marcante que até hoje todos gostam de suas músicas.
Era um cantor carismático e sarcástico, sempre apresentava uma frase certa no momento exato. Apesar do enorme sucesso como cantor e compositor, o mesmo não podia se dizer em relação ao seu relacionamento interpessoal. Ele somou vários desafetos devido a suas atitudes. Entre elas sabe-se que ele brigava com seus músicos, faltava a shows, se envolvia com drogas e bebia muito. Isso sem contar as dezenas de vezes que ficava reclamando, durante o show, que o som não estava bom, faltava isso ou aquilo. Tudo era em excesso em sua vida, até mesmo o carinho que recebia dos seus fãs.
Muitas organizações contam com profissionais “TIM MAIA”, mas não por serem dotados de uma grande voz ou capacidade em compor músicas.
São os aqueles profissionais que têm grandes habilidades em desenvolver estratégias e projetos, que sabem de suas habilidades e competências e desenvolvem tudo como se fosse a última vez que tivessem esta oportunidade, por isso querem a perfeição. Possuem uma elevadíssima auto-estima e segurança em relação ao seu trabalho. Da mesma forma que desenvolvem as estratégias, podem vir a executá-las com grande maestria.
Muitos são bem humorados e festeiros. Gostam de ser o centro das atenções e não se importam em estar se expondo. Festas e confraternizações são com eles mesmos, afinal, terão uma grande oportunidade em estarem em evidência.
No entanto, depois de algum tempo realizando determinados projetos e tarefas, passam, de forma excessiva, a delegar tais tarefas sem maiores orientações, evitando envolverem-se diretamente. Se algo sai diferente do que planejaram, passam a criticar, reclamar e até mesmo acusarem alguém de sua equipe por um insucesso em alguma atividade, mesmo que grande parte do motivo fosse sua própria ausência.
Podem vir a querer realizar algo que vão apenas de encontro com seus anseios e não também com as expectativas da empresa. Há casos de acharem até que estão acima da própria empresa.
Assim como o Tim Maia “original”, são profissionais maravilhosos, mas não são perfeitos. Não são de aceitar feed backs facilmente (pois adoram falar que não existe crítica construtiva, que crítica é crítica e ponto final) e justamente devido a sua extrema segurança e confiança, passam a não respeitar colegas de trabalho e demais pares devido ao excesso de confiança. Neste momento entra o problema de relacionamento interpessoal. A música de Tim tornou-se maravilhosa devido a sua voz e sua banda. Se sua banda não estivesse interessada, as músicas sairiam desafinadas ou até mesmo não haveria música.
Nas organizações o mesmo acontece. É preciso que não apareça apenas o “cantor”, mas também a música emitida pela banda, juntamente com o reconhecimento de sua importância. Ou seja, a equipe toda precisa estar coesa e ter sinergia. Líderes sempre serão necessários mas isso não significa que os demais colaboradores não sejam importantes.
Componha seus projetos, planejamentos e estratégias. Solte a voz de seu comando com paixão e alegria através de orientações à equipe e envolva-se com a música produzida por sua banda, pois para o sucesso de todos, agindo com ética e sinergia, Vale Tudo!